Produção paralela de xilitol e etanol
Obtenção de etanol e xilitol a partir de ramos de poda, utilizando mosto excedentário e borras de vinho para melhorar os rendimentos.
PRODUÇÃO DE XILITOL E ETANOL A PARTIR DE VÁRIOS SUBPRODUTOS VITIVINÍCOLAS
No âmbito do Projeto Biovino, o grupo de investigação do CEB-Universidade do Minho propõe uma abordagem integrada para a valorização de diversos resíduos provenientes das atividades vinícolas através da biossíntese de xilitol (37 g/L) e etanol (50 g/L).
Foram utilizadas estirpes geneticamente modificadas da levedura Saccharomyces cerevisiae para converter em xilitol a fracção hemicelulósica (rica em xilose) dos ramos de poda pretratados hidrotermalmente, enquanto a fracção celulósica (rica em glucano) foi empregue para produzir bioetanol. Além disso, o mosto de uva excedentário (rico em glucose e fructose) foi usado com sucesso como meio de cultura de baixo custo para a propagação das leveduras.
A produção de xilitol foi otimizada num processo com configuração de Sacarificação e Fermentação Simultâneas (SFS), através do ajuste do tamanho do inóculo e a dosagem de enzimas.
Por outro lado, foi utilizada uma estirpe de levedura com enzimas celulasas na superfície celular para a produção de bioetanol a partir da fracção celulósica rica em glucano. Foi possível incrementar as concentrações de etanol graças à adição de mosto de uva e/ou borras de vinho, o que é crucial para a viabilidade económica da destilação.
Esta valorização integrada de múltiplas matérias-primas proporciona uma alternativa sinérgica para a conversão de uma variedade de subprodutos em biocombustíveis e produtos químicos com valor acrescentado, ao mesmo tempo que reduz a quantidade de resíduos libertados no meio ambiente.
Link para o artigo na revista (acesso aberto): https://doi.org/10.1016/j.jenvman.2022.116623.
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